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Grosseria de repórter ressalta arrogância no telejornalismo

  • Terra -

Nesta quinta-feira (24), a imprensa e as redes sociais repercutem a falta de educação do correspondente da Globo e GloboNews em Nova York, Jorge Pontual, contra o historiador brasileiro Rodrigo Ianhez, radicado em Moscou, ao refutar análise a respeito dos argumentos do governo da Rússia na Guerra da Ucrânia.

Descontente com o que ouviu, Pontual desprezou os conhecimentos do entrevistado. "Ele se diz historiador e não sabe história", disse o jornalista. Ianhez reagiu no Twitter. Contou que foi a própria produção da GloboNews que solicitou uma interpretação do conflito sob a ótica do governo russo.

"Os produtores pediram desculpas, mas né? Tarde demais. Ainda mais agora sabendo que @jorgepontual desrespeitou outro acadêmico que ousou sair do script da política externa americana", escreveu na rede social. "Falta absoluta de respeito e profissionalismo."

Um dos princípios do jornalismo é a apresentação do contraditório. Toda história possui duas versões - às vezes, até mais. Cada veículo de comunicação tem a obrigação de abrir espaço ao 'outro lado' da notícia. Questão de credibilidade e pluralismo. Alguns intelectuais e especialistas se recusam a falar com determinadas emissoras justamente por discordarem do tendecionismo.

Munido com o máximo de informações, o comentarista de TV pode emitir opinião, discordar e contestar o entrevistado, mas sempre com congruência e desejável cortesia, sem apelar à simples desqualificação do indivíduo, ainda mais quando ele não está mais no ar para se defender.

A postura de Jorge Pontual é reprovável. Ainda que seus argumentos sejam os mais coerentes, ele não pode impor constrangimento a quem pensa diferente. Precisa agir além das crenças pessoais, afinal, representa um canal de TV com imensurável influência e que se propõe múltiplo e imparcial no trato da informação.

O comportamento do correspondente, visto como arrogante e à serviço do unilateralismo neste episódio, destaca a importância de se aprender com os equívocos. "O jornalismo prospera com os erros", afirmou o americano Gay Talese, uma lenda viva entre quem tem o ofício de apurar e informar. "Prospera quando as pessoas não dizem exatamente a coisa certa. Prospera quando as pessoas não fazem exatamente a coisa certa."

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